segunda-feira, 21 de julho de 2014

Uma História de Duas Cidades



É engraçado como, assim como pessoas, também cidades que param no tempo parecem carregar o peso dos anos. As agonias de questões mal resolvidas, dramas, melancolia e tudo mais... As "poleis" respiram como nós.

Voltei a Anicuns há uns meses atrás, onde morei quando tinha uns 11 ou 12 anos de idade. Saí de lá triste, melancólico, porque a cidade parecia abandonada! Não abandonada de gente, mas abandonada das pessoas que moravam lá quando eu também morava. Os prédios e casas eram os mesmos de 18 anos atrás, mas sem escolas funcionando, academias, vizinhos, vendedores, professores. Eram fantasmas de concreto. Pouca coisa mudou em todo esse tempo - talvez pela proximidade de Goiânia (cerca de 1 hora de carro). Não sei.

E essa semana, voltei a Posse, onde morei quando tinha 10 anos. Apesar de todos os dramas pessoais de conhecidos meus que viviam aqui, a cidade não parou. Dá pra reconhecer muita coisa de 19 anos atrás, mas as vendinhas viraram supermercados! As escolas se desenvolveram! Ruas novas, praças novas, prédios novos! Lotes antes baldios agora ostentam pizzarias, escritórios. Existe gente crescendo e fazendo as coisas diferentes por aqui. A cidade parece jovem, atlética, bem disposta! É uma cidade com personalidade própria, que não precisa da minha infância para existir - talvez, ao contrário de Anicuns. Eu moraria aqui hoje, tranquilamente (exceto pela distância de quase 600 km de Goiânia). Pelo meu sentimento quando fui a Anicuns, imaginei que, quando voltasse a Posse, me sentiria bem pra baixo. Pelo contrário! Bate uma saudade boa da infância - bicicleta, goiaba, acampamentos, futebol, a sequencia mágica da TV Cultura (Os Anjinhos, Castelo Rá-Tim-Bum, O Mundo de Beakman e Doug/Tim Tim). Mas não vi fantasmas.

Ainda bem porque, pelo "timing", não seria uma boa hora para se apegar ao passado.

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