sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Na Velocidade da Informação


Feliz 2012, prezados leitores que, vez ou outra, passam por aqui! Geralmente, bebedores de cafezinho de repartição, hehe! (eu confesso que não sou muito adepto desse tal cafezinho).

Primeiro assunto do ano!

No interior (e na capital, há muito tempo atrás), dizem que notícia ruim corre rápido. Hoje em dia, qualquer notícia corre rápido, basta que seja um pouquinho interessante. Ou se for fofoca. Ou, dependendo, se formar uma frase que tenha sentido. Quem é usuário frequente da internet sabe do que eu estou falando.


Florinda Meza - Assassinada pelo Twitter
Os responsáveis pela rede social do “Twitter” se auto-definem como uma estação de rádio virtual. Por ali, as notícias voam numa velocidade altíssima. Para se ter uma ideia, em certa tarde do ano passado, uma apresentadora de TV mexicana veiculou em seu perfil no twitter a notícia de que a atriz Florinda Meza, responsável pela personagem Dona Florinda, do seriado Chaves, havia falecido. Em menos de meia hora, o assunto já havia se tornado um dos mais comentados no mundo! O nome dela estava entre as palavras mais mencionadas, no mundo inteiro. E, em pouco menos de vinte e quatro horas, a própria atriz (através do perfil de twitter de seu filho, Roberto Gomes Fernandez), divulgou nota dizendo que estava bem! Vivinha da silva.

Veja aqui a reportagem do Site Canal 8 

Esse caso ilustra bem a velocidade da informação nos dias de hoje, com a popularização das redes sociais. Em pouco menos de 40 minutos, o mundo inteiro ficou sabendo que uma atriz dos anos 80 havia falecido, e nesse mesmo prazo, a própria atriz desfez a mentira! Alguém diria que isso seria possível nos anos 80? Ou anos 90? Até hoje, tem gente acreditando que o homem não foi à Lua.

A evolução tecnológica tem sido direcionada a esse fluxo de informação. Afinal de contas, nossa vida é informação! Qual a sua idade, qual seu endereço, suas preferências profissionais, pessoais, culturais, sexuais... são dados valiosíssimos na mão de quem sabe o que fazer com eles. E ter acesso a eles não significa necessariamente invasão de privacidade. Isso porque, exatamente por ser valiosa, a informação vira moeda de troca: grandes empresas organizam e direcionam o fluxo a você que, em troca, utiliza suas preferências para acessar propagandas e anúncios comerciais, estes últimos, os grandes provedores financeiros de todo o sistema.

Nesse contexto, podemos notar dois sentidos em direção aos quais os novos dispositivos tecnológicos (smartphones, televisores, computadores, notebooks, videogames) e as atuais ferramentas de software (Twitter, Google, Facebook, Yahoo!) estão se desenvolvendo: promover acesso à maior quantidade possível de informação disponível na rede – o que vem sendo feito desde os primórdios da internet e, ainda nos dias de hoje, é valorizado; e organizar da melhor forma possível esse acesso pelo usuário interessado, de maneira a satisfazê-lo em sua pesquisa da maneira mais rápida ou, principalmente, da forma mais individualizada (e pessoal) possível – o que começa a se tornar prioridade nos últimos anos.

Grandes empresas como a Google e o Yahoo!, portanto, já não se contentam com a quantidade de respostas dada a uma pesquisa feita por seus usuários. Isso não têm se enquadrado mais no conceito de “pesquisa completa”. De agora pra frente, a corrida por uma boa ferramenta de buscas passa pelo perfil individual de quem faz a pesquisa. O usuário mora em Goiás? O usuário gosta de futebol? O usuário é filho único? São informações que passarão a influir no tipo de resultado obtido. Se eu, que sou torcedor do Goiás, pesquisar pela palavra “futebol” em uma ferramenta dessas, o retorno deverá priorizar notícias, dados, estatísticas sobre o futebol em Goiás, jogadores contratados pelo meu time, resultados de campeonatos regionais, e assim por diante. Enfim, resultados que se adequem ao meu perfil de usuário.


Da mesma forma, sistemas operacionais de televisores, smartphones e notebooks/computadores estarão cada vez mais amoldados às preferências de utilização de seu usuário. Comandos (e reconhecimento) de voz passarão a ser um recurso comum. Para se dar um exemplo, o assistente pessoal Siri, disponível nos novos iPhone 4S, da Apple, não faz a simples cognição da voz de quem fala. Ele interpreta o que o usuário pede, provendo um resultado mais exato ao que foi solicitado. Caso o usuário peça uma ligação para a mãe dele, a Siri pedirá para o usuário dizer quem é a mãe dele. Depois dessa vez, a assistente associará automaticamente, todas as vezes em que for solicitada, a pessoa referida como mãe do usuário. E assim por diante.

Dessa maneira, o que vemos é uma tendência de, cada vez mais, desenvolverem-se utilitários singulares, com características particulares, ou que obtenham o perfil único de seus utilizadores, para prover um acesso mais completo e preciso ao gigantesco número de informações que circulam na internet.

E nessa área, preparem-se para a enxurrada de lançamentos em 2012. Vai ser produto atrás de produto, cada um com recursos mais fantástico que outro. Reconhecimento facial, sensores de movimento, conexão de alta velocidade (internet 4G)! iPhone 5, iPad 3, iOS 5.1 (e, quem sabe, 6), Windows Phone, Windows 8, enfim!

O objetivo utópico, logicamente, é o de que, um dia, cheguemos ao acesso unicamente via pensamento. A velocidade e a precisão de um comando mental será capaz de movimentar um sistema intuitivo a tal ponto que será difícil distinguir o que é mais rápido: a velocidade do pensamento, ou a velocidade da informação. Se é que não serão a mesma coisa.