terça-feira, 19 de junho de 2012

Quanto pesa a Felicidade?




O debatede questões relacionadas à preservação e restauração do meioambiente e à melhoria da qualidade de vida e do bem estar social é um dos principais objetivos da Conferência das Nações Unidas SobreDesenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que acontece de 13 a 22 dejunho, aqui no Brasil.

O tema deuma das conferências me chamou bastante a atenção. Trata-se dadiscussão sobre um novo indicador sistêmico, a Felicidade InternaBruta (FIB), que começa a ser adotado em alguns paísesdesenvolvidos, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas parao Desenvolvimento).

O FIB foidesenvolvido e adotado, primeiramente, no Butão, um pequeno país doHimalaia (inevitável pensar em centenas de piadas prontas etrocadilhos sobre a felicidade interna do Butão, etc, etc, mas, porfavor, vamos tentar nos concentrar no tema, ok?). Em 1972, o reibutanês Jigme Singye Wangchuck elaborou o novo tipo de indicadorpara contestar as acusações de que seu governo ia mal e a economiade seu país crescia de forma medíocre. Seu objetivo era mostrarque, quase sempre, a economia é insuficiente para medir o progressode uma nação (atualmente, através do PIB – Produto InternoBruto). E começou a chamar a atenção da comunidade internacional.

Apesar deaparentemente subjetivo e ligado a um estado de espíritoextremamente individual (a felicidade), o FIB não se mede apenasperguntando se o cidadão está feliz. Na verdade, para sua aferição,faz-se uma pesquisa referente a 9 áreas do desenvolvimento humano,por meio das quais chega-se a um número final indicativo.

Essasnove dimensões, passíveis de aferição, são: bem-estarpsicológico, saúde, uso equilibrado do tempo, vitalidadecomunitária, educação, cultura, resiliência ecológica,governança e padrão de vida. Critérios, portanto, bem objetivos eque podem ser analisados individualmente pelos governos de um paíspara tentar elevar o seu FIB.

Dessamaneira, o progresso que antes costumava-se medir pelo PIBdiversifica-se em outras áreas, tão importantes quanto a econômica,provendo um panorama mais completo. A renda, tanto familiar quandoindividual, passa a ser apenas um aspecto de uma das nove áreas –o padrão de vida.

Relativamenteà renda, engraçado notar que, após aplicações efetivas ouexperimentais do FIB como indicador em diversos países (Canadá,Inglaterra, Tailândia e até no Brasil, em testes feitos no RioGrande do Sul, São Paulo e núcleo rural de Brasília), constatou-seo oposto do que diz o ditado: Dinheiro traz felicidade, sim! Masapenas até certo ponto. Por meio de pesquisas, ficou claro que afelicidade está indissociavelmente ligada ao conforto e satisfaçãode necessidades, principalmente as básicas, mas que, apósdeterminado patamar de renda, ela passa a não mais influir naqualidade de vida dos indivíduos. Em alguns casos, atrapalha outrasáreas (como o uso equilibrado do tempo ou a vitalidade comunitária,por exemplo) e traz prejuízos.

De formageral, é interessante notar que o FIB é um meio muito mais completode se avaliar o crescimento de uma nação. E, aos cidadãos, umindício de que os governantes realmente prestam atenção àsnecessidades da população. Vamos torcer para que o Brasil adote, emcaráter definitivo, esse tipo de índice. Sem dúvida, seria um dosprincipais ganhos dos brasileiros advindos com a Rio + 20.



FONTES:

Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade_Interna_Bruta

ABRIL: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/riomais20/2012/06/13/felicidade-interna-bruta-e-o-novo-modelo-de-desenvolvimento/

ONG: http://www.felicidadeinternabruta.org.br/