segunda-feira, 25 de julho de 2011

Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense





Uma discussão freqüente entre as torcidas de times de todo o país é em relação a qual o melhor time, qual a maior torcida. Nessa hora, entram os títulos, os confrontos, números, estatísticas, episódios isolados e tudo mais. Aqui vai mais uma mãozada de ingredientes para apimentar a questão. Principalmente porque Vilanovenses se gabam de ter a maior e mais apaixonada torcida do centro-oeste. E Atleticanos usufruem de uma confortável posição de participante do Campeonato Brasileiro série A – ainda que, na tabela, encontrem-se entre os 4 piores times (a famosa “zona da degola”).

O maior público do campeonato brasileiro série B desse ano foi registrado no jogo entre Goiás x Paraná, dia 14 de junho de 2011, com público pagante de 21.754 pessoas.
O Goiás tem a terceira maior média de público no brasileirão série B 2011, com 11.264. Só perde para o Sport (em primeiro com média de 16.976 pagantes) e para o Grêmio Barueri (média de 13.061 pagantes).

São esperadas 30 mil pessoas para Goiás x Sport, dia 26/07/2011, já que o jogo é entre os times que registram os maiores públicos pagantes do campeonato (Goiás em primeiro, Sport em segundo). Mas foram disponibilizados 40 mil bilhetes.

O Vilinha ocupa a distante oitava posição em média de público, com 6.061 pagantes. (Cadê a "maior torcida do centro-oeste"?). E não figura entre nenhum dos 10 jogos de maior público do campeonato. O Goiás ocupa a primeira, a quarta e a décima marca dos dez jogos com maior público registrado. As outras sete vagas são de Sport, com 6 posições, e 1 do clássico Ponte Preta x Guarani.

O Atlético-GO, na série A, está na zona de rebaixamento. A média de público é de 8.317 pagantes. Bem menor que a do Goiás. Mas, ainda assim, maior que a do Vila.

Sobre as torcidas, a Revista Placar divulgou pesquisa, estabelecendo um Ranking Nacional e um Ranking Regional. Os dados são o seguintes:

NACIONAL

1º Flamengo: 15,34%
2º Corinthians: 14,83%
3º São Paulo: 11,89%
4º Palmeiras: 8,58%
5º Vasco: 4,47%
6º Santos: 3,80%
7º Cruzeiro: 3,38%
8º Atlético-MG: 3,04%
9º Botafogo: 2,12%
10º Fluminense: 1,66%
11º Grêmio: 1,19%
12º Bahia: 0,77%
13º Sport: 0,70%
14º Atlético-PR: 0,62%
15º Vitória: 0,57%
16º Internacional: 0,55%
17º Goiás: 0,38%
18º Coritiba: 0,35%
19º Santa Cruz: 0,27%
20º Náutico: 0,22%
21º Paraná: 0,09%

Outros: 25,19%

REGIONAL - Em Goiânia-GO:

1º Goias - 23,7 %
2º São Paulo - 17,1 %
3º Seleção - 17,1 %
4º Outros - 11.8 %
5º Palmeiras - 10.5 %
6º Corinthians - 7,9 %
7º Vila Nova - 6,6 %
8º Flamengo - 5,3 %

Numa pesquisa divulgada em 07/07/2011, realizada pela SERPES apenas em Goiânia, eliminando os times de fora e comparando apenas os times goianos, temos as seguintes porcentagens:

Goiás – 26,73%
Vila Nova – 14,62%
Atlético – 9,40%
Outros – 7,70%
Não torcem/Não quiseram responder – 40,88%

Vale dizer que, no interior, a quantidade de Atleticanos é mínima, já que os torcedores deste estão ligados, basicamente, à região de Campinas. Os Vilanovenses também são muito poucos, devido à identificação do clube com a região do bairro da Vila Nova. De forma que, se formos considerar o Estado todo, e não apenas a capital, essa diferença de porcentagem se amplia ainda mais.

Outro aspecto interessante é se compararmos os times em si, independentemente de torcida. Num apanhado geral dos maiores clássicos do país, como Atlético-MG x Cruzeiro, Flamengo x Botafogo, São Paulo x Corinthians, etc. temos que o clássico entre Goiás x Vila Nova é o que ostenta as maiores diferenças. Dos jogos disputados, o Goiás venceu 165 e o Vila, apenas 65. A diferença é a maior do país – 70 vitórias a mais para o Goiás – estabelecendo o que se chamou de “A Maior Freguesia do Brasil”.


Fontes:

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Brasileiro_de_Futebol_de_2011_-_S%C3%A9rie_A
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Brasileiro_de_Futebol_de_2011_-_S%C3%A9rie_B
- http://www.forumch.com.br/index.php?showtopic=3806
- http://www.serpes.com.br/pesquisa.aspx?ID=301

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feeds





Um lance que eu curto bastante é poder acompanhar os blogs e podcasts que eu sigo diretamente do meu celular, no trânsito, ou num lugar chato onde eu esteja.

Para isso, é imprescindível um bom serviço de distribuição e um bom leitor de feeds. Para saber mais sobre isso, procure no Google. Vale à pena.

Para quem também curte e segue o blog, depois de muito trabalho, consegui estabelecer o link de feeds das postagens que rolam aqui. É só clicar no botão do íconezinho de RSS na barra ao lado.

Paralelamente, estou testando a publicação de podcast. De início, será apenas a versão em áudio dos artigos aqui publicados. Para quem se interessar, o link para subscrever (assinar) o feed do podcast também está no menu ao lado, já consertado.

Aguardo as críticas e sugestões!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Californikowski




Bukowski é o lado mal-humorado do rock'n'roll. Lendo um de seus livros, outro dia, me caiu a ficha: É ele quem está por trás de Californication. Aquela série do Tom Kapinos, da Showtime, com o David Duchovny protagonizando.

Charles Henry Bukowski

Charles Henry Bukowski foi um escritor nascido alemão, radicado nos Estados Unidos, mais precisamente em Los Angeles. Apesar de quase nunca tê-lo dito expressamente, era um fã ardoroso de L.A., tanto é que a cidade figura como personagem secundária em grande parte de sua obra literária.

O sucesso tardio alcançado por Bukowski (após os 40 anos de idade), advindo da publicação de suas ideias violentas e obscenas, rendeu-lhe o apelido de “velho safado”. E é o que imaginamos quando se fala no velho Buk: um cara ranzinza cheio de histórias absurdas sobre sua vida de bebedeiras.

Nesse ponto, podemos até compará-lo a Hunter S. Thompson, escritor americano ícone do chamado jornalismo “gonzo” e famoso pelo livro “Medo e delírio em Las Vegas”. Nesse estilo, frequentemente o próprio autor se junta aos personagens, numa mistura indistinguível entre realidade e delírio. É o que Bukowski faz, por exemplo, na série “Crônicas de um Amor Louco”.

Hunter S. Thompson

E o que Hank Moody tem a ver com isso? Além do próprio nome – Hank é um apelido frequente para Henry e “Moody”, numa tradução literal, significa “mal-humorado” -, basta assistirmos a alguns episódios de Californication para identificarmos o amor a Los Angeles, as obscenidades e confusões associadas a Bukowski e o tipo de “humor mal-humorado” que permeia as falas do Hank da vida real. A vinheta de abertura do programa, inclusive, é uma ode às tentações oferecidas por uma Los Angeles de excessos.

Há quem diga, inclusive, que o romance “Women”, publicado por Bukowski, traduza uma literalidade ainda maior entre seu protagonista, Henry Charles “Hank” Chinaski e o próprio Hank Moody.

E, a meu ver, é esse lado “gonzo” de Californication que hipnotiza as pessoas. Conviver com um personagem com um pé na realidade e que flerta com delírios obscenos e absurdos nos leva, ao mesmo tempo, a questionar os modos de vida instituídos como "padrão" pela sociedade atual, bem como a passear por esse mundo absurdo, para descansar um pouco de nossas vidas certinhas, sem ameaçá-la e sem ter que abdicar de nossa moral construída (e, muitas vezes, instituída).

Hank Moody

Eu não invejo Charlie Harper, um personagem (?) milionário, esbanjador, vazio, fruto do estilo hiper consumista norte-americano. Invejo Hank Moody, o escritor meio pobretão que se enrola em seus dramas pessoais e cria confusão para todo mundo mas que, inevitavelmente, carrega o lado rock'n'roll da vida no bolso, para quando as coisas estiverem chatas demais. E, frequentemente, elas estão.